quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
veja bem...
Eu poderia ser a sua inquietação de domingo. E seria a sua sopa gelada. E a ferida incurável da tua alma. O seu conflito mais completo. E a melodia que agita o seu coração.
Eu poderia ser, por uma manhã de segunda, a preguiça que não te deixa levantar, e o sapo que escuta, por se atrasar... poderia ser a mão que te cumprimenta, e o abraço que te acolhe. E sem reclamar, seria a piada que te faz sorrir de ponta a ponta. Eu seria o seu sossego.
Eu poderia ser, por um descuido, a melhor parte de uma terça-feira... seria a frase que te inspira, e o trecho preferido de uma música... eu poderia ser os seus olhos, encharcados de paixão, ao ver o seu amor passar. E seria, com alegria, a carta que te faz querer viver...
Eu poderia ser, quase sem querer, o finalzinho de uma quarta-feira. E seria sua mente, inquieta... que te faz lembrar de um longo dia. E o resto de paisagem, que passa quase como vulto, da janela do teu ônibus... poderia ser, o livro que pegou na biblioteca, que não tem o mero interesse em ler.
Eu poderia ser, facilmente, a sua interminável quinta-feira... e a sua não inspiração. Eu seria, sem pensar em ser, o teu mais cansativo esforço. E o quebradiço do seu coração. Seria o seu choro calado, e a sua dor. Seria teu sorriso mais falso, e o medo de cair.
Eu poderia ser, a sua suposta alegria, numa noite de sexta-feira. E o trabalho que fará de madrugada. E seria a sua maior distração. E o sorriso bobo, que abre sempre que pensa em alguém. Poderia ser a sua matéria favorita... e todas as suas incertezas.
Eu poderia ser o seu desassossego de um sábado a tarde. E o final do seu dia... seria o último minuto da semana, e o teu mais fracassado projeto. Os seus sonhos sem sentido, e suas manias ridículas. O seu jeito mais temperamental de ser. Eu seria, sem deixar transparecer, o que você mais precisa, e não procura ter.
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